Tranque as portas
Faça a sua coisa com a sua própria coisa
Hora se de despir
Tudo bem? Tudo bem!
Pele com pele, corpo no corpo
É. Agora que passou a onde megalomaníaca da material girl pelo Brasil, quero falar sobre o maravilhoso trabalho executado pelo fotógrafo Steven Klein, o editorial “Blame it on Rio“. Nele, o que a grande maioria do mundo sabe, é que Madonna conheceu nosso menino Jesus Luz e o tirou da manjedoura carioca para as grandes rodas do capitalismo. Bem, mas não é esse o ponto. O ponto é que este editorial tem total semelhança com seu primeiro clipe proibido pelas TVs americanas, até mesmo na MTV, “Justify my Love”, dirigido pelo grande fotógrafo Jean-Baptiste Mondino, o que rendeu a ela mais dinheiro, pois foram lançados no mercado fitas VHS só com o clipe na cantora. Claro! Naquela época ainda não existia pirataria. Ela ganhou, sim, dinheiro. No clipe, temos uma mulher cansada. Cansada da vida, dos amores, do cotidiano. Cansada de não ser ela e ao mesmo tempo, perdida num mundo de prazeres proibidos e desconhecidos . Então, ao toque melódico, sensual e constante de Lenny Kravitz e a voz sussurrada de Madonna, desenrola-se sua primeira experiência fetichista. Beijos, abraços, lambidas e troca de salivas e um pouco de dor entre a cantora e seres desconhecidos, homem, mulher, mulher-homem e homem-mulher, dentro de um hotel, marcaram essa fase da cantora que, dois anos mais tarde, lançaria seu álbum EROTICA. Ah! Detalhe. Lá, ela firmou seu relacionamento com o então, modelo Tony Ward.
Agora, 19 anos depois, muito mais madura, profissionalmente, intelectualmente e espiritualmente, resultado de seu ex-casamento e de sua espiritualização, O editorial publicado na revista W, traz uma mulher renovada e provando que sexualidade e desejo não têm tempo nem espaço. É tudo uma questão de atitude. A história é quase a mesma, um fino hotel, corredores, salões de festas, alguns homens bonitos e entre eles, sua mais nova aquisição. Se naquele clipe, Madonna se mostrava uma mulher reprimida no início, em busca de descobertas, nesta nova versão, é uma mulher poderosa em todos os sentidos e que sabe muito bem o que quer. Ela comanda, ela decide. Ela sabe o que quer, como quer e onde quer. Rola, rala, goza e provoca. No final não sai correndo como uma criança que acaba de descobrir um grande baú cheio de brinquedos, mas sim, termina satisfeita, deixa seu parceiro extasiado de prazer e volta pra sua vida, pro seu pocker, pro seu cigarro. A mulher completa.